Jornalista foi desligado por violar código de ética da emissora
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Rodrigo Bocardi, demitido da Globo na semana passada por descumprir normas internas da empresa, cobrava R$ 55 mil por hora para ministrar consultorias e media training a executivos e políticos por meio de sua empresa. As informações são de Gabriel Vaquer, da Folha de São Paulo. Em outubro de 2023, ele chegou a realizar dez sessões desse tipo.
O portfólio de uma das empresas do apresentador, obtido pela site, confirma que ele oferecia esses serviços ao mercado publicitário. A Globo não proíbe totalmente a prática de media training, mas exige que seus jornalistas comuniquem previamente qualquer atividade desse tipo para avaliação interna. A falta dessa comunicação em alguns casos foi um dos motivos que levaram à sua demissão. Além disso, entre 2017 e 2023, Bocardi prestou serviços para o Bradesco, o que configura conflito de interesses, segundo o código de ética do Grupo Globo. Situação semelhante levou à saída do jornalista Dony de Nuccio, em 2019, após ele realizar trabalhos para a mesma instituição financeira sem o conhecimento da emissora.
Bocardi foi dispensado por justa causa, conforme noticiou o Notícias da TV nesta quarta-feira (5). Sua saída ocorreu após uma investigação interna conduzida pelo setor de compliance da Globo, que identificou descumprimento de normas éticas. Inicialmente, a apuração envolvia uma denúncia de assédio moral, mas essa acusação não foi comprovada. Durante a investigação, também foi descoberto que ele prestava serviços de comunicação para uma empresa que atende contas públicas, incluindo concessionárias de ônibus da Grande São Paulo.
A Globo não se manifestou sobre o caso, e Bocardi não respondeu aos contatos da imprensa. Atualmente, ele está em negociação com o SBT para comandar um telejornal na emissora.